Anel Sagrado: A Aliança de Casamento da Bem-Aventurada Virgem Maria

No dia 29 de julho, muitos peregrinos vão à Catedral de San Lorenzo, em Perugia, Itália, para ver e venerar um objeto sagrado.

Nos dias 29 de julho e 12 de setembro, muitos peregrinos vão à Catedral de San Lorenzo, em Perugia, Itália, para ver e venerar um objeto sagrado – uma relíquia que se diz ser a aliança de casamento da Bem-Aventurada Virgem Maria.

Embora os residentes de Perugia conhecessem este anel há várias centenas de anos, aqueles que estavam fora da cidade não sabiam dele até os escritos da Beata Ana Catarina Emmerich no século XIX.

Acamada por muitos anos, ela descreveu uma visão que teve em 29 de julho de 1821:

“Vi a aliança de casamento da Santíssima Virgem; não é de prata, nem de ouro, nem de qualquer outro metal; é de cor escura e iridescente; não é um anel fino e estreito, mas bastante grosso e com pelo menos um dedo de largura. Eu o vi liso e, no entanto, como se estivesse coberto por pequenos triângulos regulares nos quais havia letras. No interior havia uma superfície plana. O anel está gravado com alguma coisa. Eu o vi guardado atrás de muitas fechaduras em uma bela igreja. Pessoas devotas prestes a se casar pegam suas alianças para tocá-lo.”

“Ela sabia que estava em uma igreja na Itália, mas não sabia qual e nunca descobriu”, escreveu o padre mariano Donald Calloway em Consagração a São José.

Menos de uma semana depois, em 3 de agosto, a Beata Ana Catarina teve outra visão do anel:

“Hoje vi uma festa numa igreja na Itália onde se encontra a aliança de casamento. Pareceu-me que estava pendurado numa espécie de ostensório que ficava acima do tabernáculo. Havia ali um grande altar, magnificamente decorado; via-se profundamente através de muitos trabalhos em prata. Vi muitos anéis sendo colocados contra o ostensório. Durante a festa, vi Maria e José aparecendo com suas vestes nupciais em cada lado do anel, como se José estivesse colocando o anel no dedo da Santíssima Virgem. Ao mesmo tempo, vi o anel brilhando e como se estivesse em movimento.”

Onde está este “Santo Anel”, popularmente conhecido como Santo Anello, e tradicionalmente venerado como aquele que São José deu a Maria no seu casamento? Fica a aproximadamente 19 quilômetros de Assis, na cidade de Perugia. Lá, a Catedral de San Lorenzo, consagrada em 1118 pelo papa reinante, contém o Santo Anello. Desde 1488, o anel está na capela da catedral a ele dedicada. E o anel remonta facilmente a séculos anteriores.

A capela elaboradamente decorada foi originalmente dedicada a São Bernardino de Siena, depois apropriadamente rededicada a São José depois que sua festa foi incluída no calendário da cidade em 1479. Foi novamente rededicada para o Santo Anello um ano depois, em 1488. O anel tinha está em Perugia desde 1473, quando foi retirado da cidade de Chiusi, 30 milhas a sudoeste, e entregue ao magistrado da cidade, que o colocou na capela do Palazzo dei Priori. Com uma disputa entre Chiusi e Perugia sobre qual local iria guardar o Santo Anel, o Papa Sisto IV resolveu a questão em favor de Perugia, onde foi oficialmente transferido da capela do palácio para a catedral.

Antes de chegar a Perugia, o anel já estava em Chiusi há vários séculos. Escritos do chanceler daquela cidade relatam que a relíquia estava na cidade há 484 anos antes de sua mudança. Enquanto em Chiusi o anel foi transferido mais de uma vez - a Catedral de San Secondiano da cidade era um dos locais, enquanto outro, por ordem do bispo, tornou-se a Igreja de San Francesco em 1420. Depois veio a mudança para Perugia.

Há um pouco mais na história que contribui para a tradição: em meados do século XVIII, um padre descobriu um códice do século XI na Biblioteca Angélica, em Roma, e com permissão publicou o que encontrou. O manuscrito conta como, em 985, um ourives de confiança comprou joias preciosas de um judeu romano que havia retornado recentemente do Oriente Médio. Após a compra, o viajante judeu deu ao ourives um modesto anel de pedra e, como está escrito na história, disse-lhe: “Este é o anel com que José se casou com Maria de Nazaré. Foi-me transmitido pelos meus antepassados ​​e embora não aderimos ao cristianismo, sempre o preservamos com devoção. Há algum tempo que desejo dá-lo aos cristãos. Quem melhor do que você poderia mantê-lo com honra? Coloque-o em um lugar digno e dedique-se a ele.”